quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Jefferson Peres denuncia

Jefferson Peres foi um dos mais admirados senadores que o Brasil já teve, sua opinião era respeitada tanto pelos aliados quanto por opositores. Nesta declaração ele não só fala dos políticos em geral, o foco é a realidade da educação brasileira, sobre a educação moral deste país, o verdadeiro câncer que corroeu as nossas estruturas e nos impede de crescer saudavelmente. Peres faleceu em 23 de Maio de 2008.

domingo, 13 de dezembro de 2009

O futebol disseca a natureza humana.


Existe um assunto comum em todas as classes, raças e grupos ideológicos. Nas ruas, escolas, em casa, no trabalho, em rodas de amigos ou parentes, até num momento solitário em frente à televisão, quase sempre com cerveja e muita gritaria. O futebol é onipresente em todo território nacional e quase domina toda a nossa América Latina, popular também no seu velho continente de origem onde movimenta rios de dinheiro, a Europa é muito grata a esse espetáculo lucrativo. Esse jogo chega ao Brasil carregado nas malas dos inventores ingleses, alias existem vestígios de jogos bem parecidos praticados pelos povos mais primitivos. Como não poderia deixar de ser era um esporte extremamente racista, o Brasil de 1895 já ou ainda possuía sua característica de segregação, somente brancos podiam jogar o divertimento europeu, popularizando posteriormente o famoso pó de arroz. Um jogo aparentemente comum, quase igual aos outros de sua vertente, dois times, onze jogadores cada, todos lutando para levar a bola para dentro de uma armação de ferro com uma rede pregada, e é claro o esforço é maximizado pelo fato de todos os jogadores exceto o goleiro serem proibidos de usarem as mãos. Nada de mais, aparentemente simples, desconsiderando que esse jogo faz o brasileiro, chorar, brigar e até matar. Um simples jogo capaz de traduzir a natureza, os homens governados por ela e o Estado, a própria cria do homem.


Analisando de um ângulo comportamental, é muito interessante ver como pessoas gritam torcendo para outras pessoas vencerem, passam horas visivelmente aflitas esperando para acabar uma partida que é claro não estão participando, isso mesmo, não tem a mínima participação, envolvimento, não dependem de forma alguma do resultado. Que tipo de prazer é despertado no organismo, no cérebro do adorador de futebol? É claro existe uma área responsável, qual não importa. O Importante são os estímulos. Porque esse envolvimento com a partida desperta tanta emoção? Sentimos prazer quando comemos um bolo porque substancias despertam as papilas gustativas falando que devemos comer e sobreviver, já a música agrada os tambores mudando o nosso humor às vezes imediatamente, dependendo do tipo de música nós ficamos tristes ou alegres logo no momento, dizem que esse estímulo é comprovadamente eficaz até nas plantas. Fica claro que quanto mais damos valor a algum tipo de prazer, mais ele é importante para a sobrevivência da espécie humana. Qual é o prazer mais valorizado, praticado, discutido, polemizado causando disputas ideológicas, sobretudo na religião e na moral? O prazer sexual. O sexo tem haver com a polêmica dos valores familiares impostos pela Igreja Católica e conseqüentemente está relacionado com o Estado, sua formação e fortalecimento. Tanta confusão porque não conseguiram controlar um tipo de prazer, simplesmente porque não é só natural é fundamental à vida. Vendo que às vezes os prazeres são indomáveis, da para entender e questionar melhor sobre a influência futebolística nos humanos. Existe uma supervalorização do futebol como é encontrado no sexo, tudo indica que como o sexo, o futebol está ligado também à sobrevivência da espécie à disputa por espaço, tanta importância dada a um assunto significa que para a natureza o futebol é necessário, ou melhor, o sentimento e o instinto humano que faz torcer são importantes para a perpetuação humana. No futebol o perigo de extinção não é real, mas o instinto quase nunca é consciente, é simplesmente um vestígio. Nunca notaram que o futebol é quase idêntico a um campo de batalha? A defesa, o ataque, o exército, a estratégia, o limite de recursos, a trave com o mesmo valor e imagem dos velhos castelos fortificados com sempre alguém em guarda, analogia pura. Sem falar que a vontade de guerrear é essencialmente masculina, na história os homens desprenderam muito mais guerras que as mulheres, estudos mostram que a testosterona é a substancia da impulsividade, da inquietação. A testosterona está mais presente nos homens, estando presente também em menor nível nas mulheres, observando que existem deferentes níveis de testosterona entre os próprios homens, e também entre as mulheres, da para deduzir que essa atividade esportiva similar a guerra pode está relacionada aos níveis de testosterona no organismo das pessoas. Não sendo assim relacionado à opção sexual, como os antigos de “sabedoria popular” pensavam, já que esse fator está muito mais ligado a outros estímulos e associações comportamentais adquiridos na criação, sendo ainda muito obscuro o seu estudo devido ao preconceito. No futebol existem homossexuais e heterossexuais jogando ou amando o futebol. Mas ainda há uma pergunta, a opção sexual não se relaciona com o futebol, mas ainda resta a testosterona. A testosterona relaciona-se com o futebol? Tudo indica que sim. Sendo comprovado que esta substância não está relacionada com a opção sexual, mas sim com a violência, existindo mulheres heterossexuais com muita testosterona, que acabam assumindo funções ou comportamentos masculinizados e não homossexuais. Será que o futebol é uma vontade intrínseca e contida do sexo masculino (ou da testosterona) de se envolver belicamente? Há um tipo de transferência. Olhando bem, sempre estamos juntos torcendo para o mesmo time, como os soldados que se sentem bem como uma unidade, há um conforto na identificação do grupo naturalmente, andamos com as mesmas cores e signos, como nos Estados reais e sua bandeiras patrióticas. Sem falar na violência entre torcedores, no passado ouve até um episódio grotesco de um encontro entre dois ônibus carregados de torcedores que acabaram brigando ferozmente, resultando numa decapitação por foice. Esta característica de agrupamento favorecia os que tinham o sentimento de unidade, esses indivíduos formaram Estados cada vez mais fortes, o mesmo sentimento é encontrado nos estádios, os que não possuíam tais sinais eram eliminados do grupo, morriam por incapacidade de ajustamento social. É importante observar que quando não há interesse por futebol existe o interesse pela política, e pela liderança, ou pela tomadas de decisão, e que os líderes e seus secretários nunca estão nos campos de batalha, nunca se movimentam fisicamente e não pegam nas armas ou na bola, geralmente.


Chegando nesse patamar, existe uma discussão sobre a comparação dos jogos de futebol de hoje com os espetáculos romanos com gladiadores. Realmente em Roma os imperadores usavam esses jogos para desviarem a atenção do povo dos reais problemas políticos e administrativos da capital romana e de todo império. A política do “pão e circo” fez o seu papel muito bem, não muito por culpa do pão, mas sim do circo, os espetáculos eram como no futebol, parecidos com a guerra, na verdade eram idênticos a ela. As apresentações tinham sangue real e os perdedores perdiam a vida, muitas vezes por pedidos aclamados e ferozes do próprio povo que indicava com gritos e polegares quando os gladiadores deveriam ser mortos. Isso revela quase que taxativamente a relação entre a guerra e a natureza humana, o povo realmente se sentia um vencedor em ver a derrota dos seus opositores nas dramatizações de vitórias romanas do passado, acabavam não ligando para os problemas reais, a falta de comida, limpeza e principalmente a tirania dos Imperadores e seus patrícios. Hoje, na visão dos poderosos a idéia do pão e circo pode ser interessante porque realmente quem é ignorante não irá se preocupar em assistir o jornal e sim futebol, não irá nem comentar sobre política quando existir um assunto pendente sobre os jogos. Mas quem é culto e mesmo assim gosta de futebol continuará analisando, discutindo sobre política e votando de acordo com seus interesses muitas vezes pessoais num país individualista como o Brasil. A comparação entre Roma e os países amantes de futebol atuais não pode ser feita. Hoje o nível de informação é claramente muito maior, todas as classes majoritariamente são apaixonadas por futebol no Brasil, informados e desinformados clamam desesperadamente por um gol. Até nas democracias quase perfeitas o futebol desperta as emoções suprimindo a razão. Países europeus altamente civilizados formam grupos chamados rooligans, torcedores violentos que tem por objetivo brigar em nome dos seus times do coração, se digladiam no início e final de uma partida. Vendo países como a Inglaterra e Alemanha por esse ângulo, é fácil perceber que altos estudos não diminuem a violência quando existe uma disputa de território, a Europa vive a muito tempo uma invasão de povos estrangeiros e hoje o continente passa por um enfraquecimento econômico, uma perda de espaço agravando a xenofobia; Nos dois países citados não só existem rooligans, mas movimentos racistas e sobretudo na Alemanha um partido político de ideologia nazista se fortalece cada vez mais, no espaço entre partidas é exposta toda raiva irracional humana, a mesma que faz um soldado israelense empunhar uma Uzi e atirar contra um palestino que nem conhece. O assunto é mais complexo do que se imagina.


Existe uma grande máquina financiando o futebol, se aproveitando dos instintos humanos, como todas as empresas fazem. Por exemplo, uma indústria de cosméticos ou de carros, trabalha com a competição humana e sua necessidade de parecer melhor e apto a encontrar parceiros sexuais mais adequados as suas preferências, o que leva naturalmente a proporcionar genes melhores a seus filhos. Homens preferem mulheres com quadris mais arredondados que sinalizam fertilidade e mulheres dão preferência a homens com tronco no formato de v, o que significa força capaz de defender a cria e que posteriormente essa mesma vitalidade e saúde serão passadas a própria prole. Carros sinalizam riqueza e beleza traduz saúde. Então existe um interesse financeiro nos instintos humanos e não poderia deixar de ser diferente no futebol que traduz esses instintos de maneira muito mais emotivamente clara do que na manipulação da vaidade por exemplo. Mas existe a possibilidade do homem deixar de gostar de futebol? É claro que nunca vai acontecer, mas será que se a grande indústria parasse de financiar o futebol os grandes campeonatos acabariam? Não, os homens continuariam jogando, e ainda por cima cobrariam dos Estados medidas de apoio ao futebol, e claro se a cúpula humana se negasse a promover todo esse espetáculo, o povo iria abrir mão substituindo posteriormente por outro esporte ou atividade que reúna os elementos que despertem aqueles mesmos instintos competitivos, isso seria difícil, talvez o futebol americano fosse aceito com clamor popular, pois é até mais violento pertencendo hoje a uma nação internacionalmente reconhecida como muito violenta tanto na economia como na guerra, o futebol de mão é o retrato de um país com nacionalismo exacerbado estimulado dês das escolas primarias, os Estados Unidos da América. Então fica ainda mais claro que o amor ao futebol é uma resposta a necessidade humana de lutar pela sobrevivência e que se o futebol acabasse logo encontraríamos outro estímulo que provoque a excitação de torcer por um propósito sendo nosso ou não. Precisamos disso, não só no aspecto neural, mas nacional. Especificamente no Brasil, o futebol age como identidade nacional, nos reconhecemos e somos reconhecidos como brasileiros pela imagem do futebol. É bom por um lado e ruim por outro, a excelência dos nossos compatriotas nas habilidades com a bola se codifica em um sinal claro de pobreza. As crianças e jovens aqui, substituem a escola pelo jogo adquirindo técnica num processo longo de aprendizado, seguindo os exemplos dos jogadores brasileiros famosos vendidos por milhões. Ou vêem o futebol como uma alternativa infinitamente mais gratificante do que as atividades ilícitas encontradas facilmente ao lado destes. O que declara que o homem não gosta de violência e sim riqueza e conforto, a violência é apenas conseqüência da competição, a disputa (por espaço) sim está muito presente no futebol e na espécie. Então o instinto de disputa, concorrência, guerra, que ajudaram o homem até aqui, hoje precisa ser controlado. Antes essa estratégia pacífica já tinha sido usada, a Olimpíada foi inventada na Grécia com a intenção de frear as guerras entre as cidades-estado e promover um desenvolvimento possível apenas nos tempos de paz. Sendo uma transferência ou não da violência primitiva encontrada no obscuro sentimento humano, não importa, porque se for, cumpri um papel maior do que um simples divertimento, seguindo essa teoria ele nos desvia periodicamente da guerra, o futebol geralmente não produz violência e sim nos salva dela, por esse prisma, de nós mesmos. Uma competição sadia, ao menos deve ser, encontra um papel importante na identidade brasileira, inclusive salvando vidas e proporcionando esperança para muitos.

sábado, 12 de dezembro de 2009

O povo acorda com um tapa na cara!


“O espírito de resistência ao poder é tão valioso em determinadas ocasiões que eu desejo que ele seja sempre mantido vivo. Ele será muitas vezes exercido mesmo quando é um erro, mas isso é melhor de que não ser exercido nunca”. Thomas Jefferson.

“Sabemos que as guerras, o desrespeito ou a violação das leis não são atribuíveis à malvadez dos súditos, mas à má constituição do governo. Se em um Estado reina mais do que num outro a malvadez, e perpetram-se mais crimes do que num outro, isso é devido com certeza ao fato que esse Estado não procurou o suficientemente a concórdia e não ordenou com sagacidade os direitos”. Spinoza.

Não só Arruda deveria sumir da política brasileira, mas tudo que ele representa! Enfim o povo se levanta, precisou tomar na cara a corrupção explícita. Muitas manobras políticas podem estar acontecendo, é possível que partidos de oposição ao DEM estejam envolvidos com a publicação do crime para uma reeleição mais folgada, talvez Arruda não seja expulso do partido porque deve saber muita coisa sobre muita gente, mas não importa, o povo sente e volta às ruas. Numa Democracia todos devem se movimentar e cobrar uns dos outros, os políticos sempre estão se movimentando bastante, faltava o povo.

Pertubador Racismo


O assunto não é dos mais agradáveis, a sociedade prefere abertamente deixá-lo embaixo do tapete, o governo se restringe a aconselhar: “não seja racista”. Ninguém se atreve a pesquisar sobre o assunto, é feio questionar as origens das nossas falhas mais grotescas, o homem é perfeito e pronto, feito a semelhança de Deus, cortesia do cristianismo. Na verdade as pessoas gostam de serem diferentes uma das outras, ou até melhores do que o resto às vezes. Mas esse costume reiterado é aproveitado por líderes, levando às vezes a sociedade ao desastre do holocausto, a cremação de milhares de pessoas consideradas diferentes.

O racismo é causado por fatores internos subjetivos, que nascem da vontade natural do homem e por motivos externos objetivos, que são desenvolvidos e absorvidos por ele. O motivo subjetivo (interno) e o mais importante, sendo talvez, a raiz real (mas não destruidora) do racismo, é a vontade natural humana em se diferenciar, essa característica se encontra no desejo de classificar as coisas, o homem rotula tudo o que vê a fim de atingir uma maior praticidade no conhecimento do meio e da própria realidade, isso se dá inocentemente sem nenhuma intenção de discriminação. Mas pela lógica a atividade de diferenciar as coisas obriga o homem a se diferenciar dos animais e por fim, do próprio homem, ele não se aceita como coisa, como animal e por fim como igual, ele começa a se vê como uma criatura única, diferente das demais. É a fórmula perfeita para o nascimento da desigualdade, o embrião do racismo, o homem agora adere à idéia confortável de superioridade, se ele é diferente porque não pode ser melhor? O que nos leva ao motivo objetivo (externo) do racismo: A busca pelo poder. O desejo de poder não é natural a todos os homens, mas sim a um pequeno grupo de seres humanos (Todos querem ser diferentes, mas nem todos querem ser melhores). Para ficar mais claro essa afirmação é só aceitar que o poder não é necessariamente riqueza, e sim conseqüência ou causa dela, poder é controle. Todos os humanos querem riqueza e conforto, não só para si, mas para ostentar e ver a própria superioridade nas reações alheias, por outro lado o poder é restrito a um grupo que deseja dominar o resto. Como exemplo explicativo, vemos as seguintes situações: Um mundo igualitário financeiramente e um politicamente. Se por acaso a riqueza fosse distribuída igualmente na sociedade ela ainda existiria bem distribuída, mas se o poder fosse repartido igualmente ele deixaria de existir, só um individuo é necessário para que ele exista, nesse caso, absoluto. Portanto a busca pelo poder é externa e não natural do homem, ele aprende a querer dominar outros, esta característica pode aparecer ou não, por outro lado o homem nasce querendo ser melhor do que outros por vaidade (elemento subjetivo). Na característica objetiva, os homens se diferenciam também por estratégia, pois é mais fácil disseminar a idéia que um grupo pequeno é superior a um grupo grande, este trabalhará para sustentar a autoridade do primeiro. Os dois elementos, interno e externo, se unem na sociedade. A desigualdade natural e leve acaba sendo útil, maximizada e estimulada na busca pelo poder de grupos pequenos, ou seja, o instinto individualista de interiorização e valorização do Ego utilizado pela natureza para sobrevivência é deturpado pelo Estado.

Existe uma linha de pensamento na psicologia chamada “teoria da mente”, ela fala que nós nos identificamos com o outro como igual e passamos a ajudar todos que consideramos “parte da família”. Outro impulso natural do homem que merece ser citado é a modificação pelo costume, ele muda a natureza das ações com facilidade. Em toda a história líderes representantes das elites informaram a massa sobre a inferioridade de outros grupos, o povo aceitou a idéia prontamente e passaram a serem violentos com outros humanos quando estes passaram a serem encarados como seres de segunda categoria ou até animais, como se percebe hoje o comportamento do homem com os não-humanos não é o mais louvável. Inclusive quanto mais distante os animais são dos humanos, mais eles são encarados como objetos, o macaco, o cachorro, o elefante, o golfinho, mamíferos sociais com afetividade coletiva têm mais afinidade conosco, já a aranha, a barata, um grilo, uma formiga¹, insetos, aracnídeos ou répteis distantes evolutivamente de nós e sem qualquer relação social afetiva, são facilmente esmagados pelos nossos sapatos sem qualquer remorso da nossa parte. Quando Hitler decidiu governar, ele se aproveitou de todos os elementos causadores do racismo encontrados na Alemanha e adjacências. O povo estava se sentindo humilhado e inferior e precisava ouvir que era superior, ele só precisou falar fervorosamente convincente, eles nem perceberam que o líder era baixo, de cabelo preto, com nariz grande e sem qualquer semelhança com o biótipo ariano defendido por ele. Adolf não foi o único que fez isso, todos os governantes falam para seus súditos que eles são superiores a outros grupos. Quando Lula falou que é brasileiro e não desiste nunca, ele falava que era metalúrgico, pobre, brasileiro e possui capacidade para chagar a presidência da República, todos que são como ele podem vencer por que são capazes, são brasileiros, mesmo pobres. Assim, atingi a auto-estima da grande massa que começa a ver nele um espelho da própria desgraça e esperança, são votos fáceis. Os estadunidenses são mestres nisso, porque ninguém mais do que eles precisa do elemento objetivo para manter o poder, eles não só precisam ouvir que são bons, mas que são muito melhores do que o mundo. As religiões também necessitam disso, todas falam direta ou indiretamente que outras doutrinas estão erradas ou podem até ser malignas, não por acaso as religiões se incorporaram aos Estados contra outras religiões pertencentes a outros Estados, houve momentos da história em que ficou difícil entender de quem era a guerra, dos Estados ou das religiões.

A defesa da raça sempre esteve presente nas grandes doutrinas religiosas ocidentais, no cristianismo, no judaísmo e no islamismo, hoje felizmente tais idéias não podem ser ditas graças à globalização, à destruição parcial das fronteiras e a uma maior convivência entre povos nos mesmos territórios. Se o Papa falasse hoje que os índios e negros não tem alma, Vossa Santidade iria ter a maior debandada de fiéis da história do Vaticano. O homem precisa se conhecer, aceitar que é falho, não é perfeito. Não passamos de animais buscando a perfeição, aliás, é isso que nos diferencia do resto dos animais. Mas, para buscarmos a perfeição a observação dos erros é essencial. Em toda história o nosso maior triunfo é a busca pela Democracia, a igualdade é o começo da erradicação completa do racismo, seria um movimento inverso, o Estado iria influenciar na nossa imperfeição de desigualdade e ela deixaria de ser desejada por nós. Até o sentimento de superioridade dá pra ser domado pelo governo, já ficou claro que a humanidade é melhor quando está unida trabalhando para a superação. Massacres aconteceram na Alemanha nazista, na União Soviética, há pouco tempo em Gaza, em Abu Graibi, aqui perto nas favelas do Rio de Janeiro, podem até estar acontecendo agora. É coisa nossa não dá para negar, enquanto o homem for desigual, o racismo estará pairando nas nossas mentes, esperando alguém ordenar o próximo genocídio.


¹ As formigas têm uma sociedade sem afeto, como as abelhas sua organização se parece com uma empresa, todos possuem sua função mas sem, por exemplo, o instinto materno. Alguns tipos de peixes são outros animais sociáveis mais sem afeto, formam cardumes sem afetividade exclusivamente para se defenderem de predadores.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Criminalista



A advocacia criminal exige exacerbadamente as qualidades do advogado principalmente a coragem, coragem de defender alguém mesmo quando toda a sociedade está contra ele. Um espírito inovador, combativo; orgulhoso e altivo; mas ao mesmo tempo humilde, sem brilho e estardalhaço. A vaidade, a necessidade de reconhecimento e aprovação, tudo o que é mesquinho e egocêntrico deixa de existir em prol da defesa de uma pessoa negada pela sociedade, levada ao marginalismo. A ideologia torna-se mais importante que qualquer coisa. A defesa não é só de um indivíduo e sim de toda a sociedade, ele luta contra os governos que não sabem punir adequadamente e ao mesmo tempo ajuda o Estado, reconstruindo-o com um policiamento enérgico. Esse sentimento comum em nós iniciantes é com freqüência negado pelos mais velhos, mas quais advogados veteranos esquecem das “ilusões acadêmicas”? Somente os maus advogados dissolvem a paixão construída anteriormente e justamente por isso não alcançam o que queriam, vivendo no incomodo até o abandono da profissão.


A idéia difundida no Brasil acusando o advogado criminalista de ajudar a impunidade e a injustiça é errônea, revela que o país não está preparado para lidar com a justiça e o pior, não tem ciência da realidade. “O criminalista serve para tirar bandido da cadeia apenas”, é exatamente essa a idéia central do ignorante, com essa visão egoísta, trai até o seu próprio individualismo esquecendo que qualquer um pode ser preso um dia por uma simples eventualidade ou impulso primitivo, como a raiva. Essa vertente do Direito cuida dos buracos do governo, das falhas que levam a sociedade a justificar as idéias antigas, deterministas e suas injustiças. Todo Estado falha no seu policiamento e sanções, ele é naturalmente propenso ao acúmulo de poder; Como o corpo estatal não é humano, e sim composto por seres vivos, ele não se sensibiliza com eventualidades, condições e necessidades, então simplesmente essa massa de funcionários priva alguém da liberdade sem levar em consideração as minúcias da realidade. A idéia é simples: o governo não faz a sua parte, promove um péssimo governo com erros grotescos de administração e ainda por cima quer varrer o pó para debaixo do tapete prendendo os que foram atacados por ele com sua negligencia. O resultado é um sistema carcerário superlotado e desorganizado onde os criminosos externos são comandados, o crime se normaliza e as organizações criminosas ganham poder.


O advogado criminalista limpa a sujeira do governo, é rico em cultura ideológica forte, renuncia ao comodismo, normalmente envolvido com causas sociais e é detentor de extrema sensibilidade, por isso é eternamente reconhecido. O criminalista agita a sociedade mostrando a realidade, tirando-a da ilusão feudal muito perigosa por sinal, alertando-a que existem marginais e que a segurança por traz dos muros é uma grande mentira e principalmente mostra que os erros humanos devem ser revistos e analisados com o cuidado que a nossa complexa espécie merece. São os verdadeiros solucionadores dos problemas humanos.